ARTIGO — NEW LEFT

By Plínio Sousa. dez29,2018

A “Nova” Esquerda purificada.

Preciso retomar um ponto do artigo anterior[1], relembrar alguns personagens importantes para elucubrar acerca deste ponto (New Left) que trataremos neste artigo, são eles, Felix Weil (1898 – 1975), Karl Korsch (1886 – 1961), Max Horkheimer (1895 – 1973) e Jacques Derrida (1930 – 2004), que fazem parte de toda a estruturação hegemonicamente cultural.

Felix Weil foi um marxista alemão–argentino, que forneceu os fundos para fundar o Instituto de Pesquisas Sociológicas em Frankfurt, Alemanha, apelidada de “Escola de Frankfurt”. Ele cria uma série de congressos para acelerar o processo de revolução. Sua tese, sobre os problemas práticos da aplicação do socialismo, foi publicada em uma série de monografias de Karl Korsch.

Karl Korsch foi um filósofo alemão, professor universitário, representante do chamado “marxismo ocidental[2] e do “comunismo de conselhos[3]. Korsch teve uma trajetória política que foi marcada pela influência da Sociedade Fabiana, sustentava a tese que o Estado é estruturado pela economia, mas essa economia tem como base uma outra estrutura invisível, “a cultura estabelecedora dos valores que são passados de geração em geração”; principal motor do estabelecimento do pensamento comunista ocidental.

Max Horkheimer foi um filósofo e sociólogo alemão. A sua Filosofia, a expressão “teoria crítica do transversal”, é empregada para designar o conjunto das concepções da Escola de Frankfurt. Horkheimer delineia seus traços principais, tomando como ponto de partida o marxismo e opondo-se àquilo que ele designa pela expressão “teoria tradicional”.

Jacques Derrida foi um filósofo franco–magrebino, que iniciou durante os anos 1960 a “Desconstrução” em Filosofia.

O que esses homens fizeram juntamente para o avanço do comunismo, e o que eles contribuíram para a fundação da “New Left”?

Derrida na França usa como matéria–prima para o “Desconstrucionismo”, a teoria crítica de Horkheimer, Korsch que é contemporâneo de Gramsci, estimula Félix a fundar a Escola de Frankfurt, e o sucessor de Félix na Escola é Horkheimer que assim como Gramsci acreditava na “Hegemonia Cultural” e na destruição da estrutura dos valores que se perpetuavam por meio da autoridade da Igreja, da família e da escola. Acreditavam que, “esses valores morais, dogmáticos devem ser atacados e destruídos”. Jacques Derrida postula que as formações culturais e intelectuais humanas deveriam sofrer uma reinterpretação como elemento fundante de um novo conhecimento: — “Não existem fatos, apenas interpretações” (relativismo e desconstrução filosófica). A era do subjetivismo se define assim: — “Este é o método de retirar o significado de um texto, para colocar um novo significado pretendido”. Este método não é somente aplicado unicamente à textos, é também aplicado, na retórica política e ideológica em geral. O Desconstrucionismo é a chave do que chamamos hoje de “Politicamente Correto”, que é através dele, que surge o relativismo moral, que reinterpreta toda e qualquer relação social, valor ou tradição cultural de acordo com as necessidades das causas políticas do momento e, claro, do pensamento comunista.

Politicamente Correto.

O sociólogo e filósofo alemão naturalizado norte–americano, pertencente à Escola de Frankfurt, Herbert Marcuse, do Partido Social Democrata Alemão, tem o seu encontro com Karl Marx. Marcuse foi um dos primeiros a interpretar criticamente os Manuscritos Econômico–filosóficos de Marx e “pensava encontrar neles um fundamento filosófico da economia política no sentido de uma teoria da revolução[4]. Para ele, não era mais necessário recorrer a Heidegger[5] para fundamentar filosoficamente o marxismo, já que viu no próprio Marx a possibilidade dessa fundamentação. É de Marx que virá sua crítica ao Nacionalismo e aos efeitos, segundo ele, que o “capitalismo burguês” vai ter na vida das pessoas. Também vem de Marx a proposta de que, com o desenvolvimento da tecnologia e do capitalismo como um todo, em conjunto com uma ação prática–revolucionária da sociedade, poderiam alterar as nossas condições e erguer uma nova organização social, que possibilitaria uma vida “melhor” para as pessoas, e onde elas não seriam “alienadas”. Marcuse procura esboçar caminhos que nos levem para além da organização sócio–econômica atual.

Marcuse escreveu: — “A desarmonia entre o indivíduo e as necessidades sociais, e a falta de instituições representativas nas quais os indivíduos trabalhem para si e tenham voz ativa levam à realidade de universais como a Nação, o Partido, a Constituição, a Corporação, a Igreja – uma realidade que não é idêntica a qualquer entidade identificável particular (indivíduo, grupo ou instituição). Tais universais expressam vários graus e modos de espoliação. Sua independência, conquanto real, é espúria pelo fato de ser a de poderes particulares que organizaram o todo da sociedade. Uma retradução que dissolvesse a substância espúria do universal ainda constitui um desiderato (ambição, vontade ou pretensão) – mas é um desiderato político[6]. O que se deseja na política partidária é o próprio pensamento comunista já estabelecido em sociedade, e podemos definir assim a realidade desse implemento: — “Acreditam estar morrendo pela Classe, morrem pelos rapazes do Partido. Acreditam estar morrendo pela Pátria, morrem pelos Industriais. Acreditam estar morrendo pela liberdade da Pessoa, morrem pela Liberdade dos dividendos. Acreditam estar morrendo pelo Proletariado, morrem por sua Burocracia. Acreditam estar morrendo por ordens de um Estado, morrem pelo dinheiro que mantém o Estado. Acreditam estar morrendo por uma nação, morrem pelos bandidos que a amordaçam. Acreditam – mas por que se deveria acreditar, em tal escuridão? Acreditar – morrer? – quando se trata de aprender a viver?[7].

Ou seja, ele coloca a Igreja, quando de fato são eles, como aquela que falsifica, frauda, lesa e usurpa, além de uma realidade espúria, inautêntica e viciada, pelo fato de ser a de poderes particulares que organizaram o todo da sociedade, ele aponta implicitamente, as três principais bases de formação para a cultura ocidental que temos hoje, que são, historicamente: — “O direito romano, a filosofia grega e a moral judaico–cristã”, essa última é representada pela Igreja e família cristãs, destrua-as e a cultura ocidental entra em derrocada. É a moral judaico–cristã que rege e delimita as outras duas estruturas num sentido ilimitado, ajustável e estrutural, sendo a própria Igreja a consciência do Estado e a família a perpetuação do bem e da moral.

Como disse em discurso durante a “Freedoms Foundation”, em 1952, o Presidente eleito, General Dwight D. Eisenhower, que o “conceito judaico–cristão é a fé sobre a qual o nosso […] governo […] é fundado[8].

Acerca da família, de modo velado, ele escreve: — “Não é, portanto, de admirar que, nos setores mais desenvolvidos dessa civilização, os controles sociais tenham sido introjetados a ponto de até o protesto individual ser afetado em suas raízes. A negativa intelectual e emocional de ‘prosseguir’ parece neurótica e impotente. Esse é o aspecto sócio–psicológico do acontecimento político que marca o período contemporâneo: — o desaparecimento das forças históricas que, na fase anterior da sociedade industrial, pareceu representarem a possibilidade de novas formas de existência. Mas talvez o termo ‘introjeção’ não mais descreva o modo pelo qual o próprio indivíduo reproduz e perpetua os controles externos exercidos pela sociedade. Introjeção sugere uma variedade de processos relativamente espontâneos pelos quais um ‘Eu’ (Ego), transfere o ‘exterior’ para o ‘interior’. Assim, introjeção subentende a existência de uma dimensão interior, distinta e até antagônica das exigências externas – uma consciência individual e um inconsciente individual separados da opinião e do comportamento públicos. A idéia de ‘liberdade interior’ tem aqui sua realidade: — designa o espaço privado no qual o homem pode tornar-se e permanecer ‘ele próprio’[9].

O que ele propõe é o seguinte: — A modificação na função da família que desempenha papel decisivo; suas funções socializadoras são cada vez mais tomadas por grupos e meios de informação externos (educação [formação], informação e cultura em geral), e por isso, deve ser modificado o interior pelo exterior, que é a “introjeção” — “é a propaganda do Partido que cria a classe social que em seguida vai representar; isto é próprio do pensamento dialético, ‘converter-se no seu contrário quantas vezes for necessário’”. A razão é que os controles sociais (família, Igreja, etc.) tenham sido interiorizados, internalizados, a ponto de até o protesto individual ser afetado em suas raízes. A família, a Igreja são barreiras eficazes e fundamentadas contra o pensamento revolucionário, pela força, identificação, repressão e sublimação (purificação) do indivíduo, que o conjunto desses entes morais, homens e mulheres, são os fabricados “intelectuais orgânicos” ou formadores de opinião do pensamento revolucionário, são os alvos que precisam ser desvirtuados. É uma das diretrizes indicada por Gramsci, para se obter a Hegemonia Cultural — o que conhecemos popularmente, como “Marxismo Cultural” —, sendo desvirtuada e deformada do propósito pré–definido pelo pensamento comunista e, pela intensidade da restrição e renúncia que esse processo envolve, não é menor do que era na horda primordial ou multidão primitiva do próprio pensamento.

Marcuse exprime claramente, em “Eros e Civilização”, a sua concepção de família, quando escreveu: — “Os acontecimentos e experiências que podem despertar o material reprimido mesmo sem um fortalecimento específico dos instintos que lhe estão ligados são, no nível social, os que se nos deparam nas instituições e ideologias que o indivíduo enfrenta cotidianamente e que reproduzem, em sua própria estrutura, tanto a dominação como o impulso para a destruir (família, escola, oficina e escritório, o Estado, a Lei, a filosofia e moral predominantes). A diferença decisiva entre a situação primordial e o seu retorno histórico civilizado está em que, evidentemente, no último caso (histórico civilizado), o soberano–pai já não é, normalmente, morto e comido; e a dominação também já não é, normalmente, pessoal. O ego[10], o superego[11] e a realidade externa fizeram seu trabalho, mas não é, realmente, uma questão decisiva se o indivíduo matou o pai ou se se absteve desse feito, uma vez que a função do conflito e as suas consequências são as mesmas. Na situação de Édipo, a situação primordial repete-se em circunstâncias que, desde o começo, asseguram o triunfo duradouro do pai. Mas também asseguram a vida do filho e sua futura aptidão para ocupar o lugar do pai. Como foi que a civilização realizou esse compromisso? A multidão de processos somáticos, mentais e sociais que resultaram nessa realização é praticamente idêntica ao conteúdo da Psicologia de Freud. Força, identificação, repressão, sublimação, cooperaram na formação do ego e do superego. A função do pai é gradualmente transferida da sua pessoa individual para a sua posição social, para a sua imagem no filho (consciência), para Deus, para várias agências e agentes que ensinam o filho a tornar-se um membro amadurecido e comedido da sua sociedade. ‘Ceteris paribus[12]’, a intensidade da restrição e renúncia que esse processo envolve não é menor do que era na horda primordial. Contudo, está mais racionalmente distribuída entre o pai e o filho, e na sociedade como um todo; e as compensações, embora não sejam maiores, são relativamente seguras. A família monogâmica, com suas obrigações exigíveis do pai, restringe neste o seu monopólio de prazer; a instituição da propriedade privada transmissível por herança e a universalização do trabalho deram ao filho uma justificada expectativa do seu próprio prazer sancionado, de acordo com o seu desempenho socialmente útil. Dentro dessa estrutura de leis e instituições objetivas, os processos da puberdade conduzem à libertação do jugo paterno, como evento necessário e legítimo. Pouco falta para ser uma catástrofe mental, mas também não é mais do que isso. Portanto, o filho deixa a família patriarcal e prepara-se para ser ele próprio pai e patrão[13].

A família monogâmica perpetua a civilização, restringe o instinto egoísta e animal dos prazeres, guarda o prazer para o determinado propósito e tempo correto, rege a moralidade e a ética na sociedade por meio de sua prole bem instruída e instrução divina, e assim, o pensamento revolucionário é barrado fortemente e combatido continuamente. A família e a Igreja, são essas barreiras contínuas. Ele cita “ceteris paribus”, e isso, significa justamente em razão da complexidade da análise onde existe um número indeterminado de variáveis de influência remota que podem, eventualmente, desconectar a observação do resultado — “por isso, é importantíssimo a família bem estruturada com conhecimento teológico, filosófico e instruções divinas (conselhos) e, formação, moralidade e ética”. Pelo que existe a necessidade de reduzir o número de variáveis dentro de todo o conjunto daquelas que são suscetíveis de exercer influência permanente ou esporádica sobre o fenômeno, para que este possa ser explicado. Uma predição ou constatação acerca da influência ou conexão esporádica ou permanente entre dois fenômenos, é considerada “ceteris paribus” quando outras variáveis exógenas (externas), que poderiam cancelar o relacionamento entre o antecedente e o consequente são tidas como tendo influência remota para explicação do comportamento do fenômeno em análise e cuja variação é desconsiderada, sendo assim compreendidas como constantes. Ou seja, em outras palavras, “ceteris paribus” exprime que: — “sendo reconhecida a previsão, embora geralmente precisa em condições esperadas, que pode falhar. Ou que a relação pode ser abolida por fatores intervenientes, integrantes, constituintes ou participadores”.

Por essa mesma razão, que o pensamento revolucionário tende a ser infiltrante na família e Igreja como partícipe na educação por instrumentalidade do Estado e também de entes infiltrados, bem como, integrantes por meio de aculturação[14], geralmente pessoas que emitem opiniões sem conhecimento erudito; igualmente, participador da Igreja por infiltração de movimentos ditos sociais, e até mesmo, quase sempre constituídos tais movimentos de teologias que discordam de uma posição oficial, ou ortodoxa, da Igreja Cristã que durante todos os tempos, foi representada por credos e confissões. Movimentos heterodóxicos[15] também são peças importantes, pois, esses se misturam bem e propagam mentiras vestidas de verdades, embasados sempre por um pensamento morbífico quanto a fé, dotado de imoralidade quanto a vida, de padrões antiéticos e de ações niilísticas quanto a política; de atividade de aniquilamento, de posição herética e heterodoxa, e de roubo à liberdade, “é o conceito basilar do Lumpemproletariado sendo aplicado em todos os âmbitos”. Anticonformista com leis e padrões divinos, que envolve contestação e inconformismo em oposição a Deus. O pensamento comunista é antiteísta por substância e vocação.

Contato com a Escola de Frankfurt.

Em 1933, por intermédio da intervenção do sociólogo alemão, Leo Löwenthal, e do filósofo e diplomata alemão, Kurt Riezler, Herbert Marcuse foi admitido no Instituto de Pesquisas Sociológicas que seria mais tarde associado à Escola de Frankfurt, que nesta ocasião estava exilado em Genebra. Kurt Riezler era conselheiro de alto nível do Império Alemão e da República de Weimar[16], ele negociou a subscrição alemã da “Revolução de Outubro[17]” da Rússia e, foi o autor, do “Programa de Setembro[18]”, de 1914, que descrevia os objetivos da guerra alemã durante a Primeira Guerra Mundial[19]. A publicação póstuma de suas anotações e diários secretos desempenhou um papel importante na “controvérsia de Fischer[20]”, entre os historiadores alemães, no início dos anos de 1960.

Marcuse tentara, sem sucesso, desde 1931, entrar em uma relação mais estreita com o Instituto. Em 1934, junto com Theodor Adorno e Max Horkheimer, mantém suas atividades nos Estados Unidos. Em 1950, os colaboradores do Instituto retornam à Alemanha, mas Marcuse decide permanecer nos Estados Unidos onde pensa, escreve e ensina até sua morte, em 1979. Nos Estados Unidos desenvolve trabalhos e o seu livro: — “O Homem Unidimensional”. Neste livro, ele escreveu que: — “Em suas origens, na primeira metade do século XIX, quando elaborou os primeiros conceitos das alternativas, a crítica da sociedade industrial alcançou concreção numa mediação histórica entre teoria e prática, valores e fatos, necessidades e objetivos. Essa mediação histórica ocorreu na consciência e na ação política das duas grandes classes que se defrontavam na sociedade: — a burguesia e o proletariado. No mundo capitalista, ainda são as classes básicas. Contudo, o desenvolvimento capitalista alterou a estrutura e a função dessas duas classes de tal modo que elas não mais parecem ser agentes de transformação histórica[21]. Melhor dizendo: — “A classe do proletariado, na sociedade industrial, deixa de ser agente transformador da sociedade, porque o avanço do capitalismo deixa a vida desses grupos tão confortáveis que suas vontades revolucionárias teriam acabado”. E ele conclui afirmando que: — “A realidade das classes trabalhadoras na sociedade industrial avançada torna o ‘proletariado’ marxista um conceito mitológico; a realidade do socialismo atual torna um sonho a idéia marxista[22].

Marcuse também escreveu como aconteceu essa alteração pelo entendimento do pensamento comunista: — “Uma ligeira comparação entre a fase de formação da teoria da sociedade industrial e sua situação atual poderá ajudar a mostrar como as bases da crítica foram alteradas. Um interesse predominante na preservação e no melhoramento do ‘status quo’ institucional une os antigos antagonistas nos setores mais avançados da sociedade contemporânea. E a própria idéia de transformação qualitativa recua diante das noções realistas de uma evolução não–explosiva proporcionalmente ao grau em que o progresso técnico garante o crescimento e a coesão da sociedade comunista. Na falta de agentes e veículos de transformação social, a crítica é, assim, levada a recuar para um alto nível de abstração. Não há campo algum no qual teoria e prática, pensamento e ação se harmonizem. Até mesmo a análise mais empírica das alternativas históricas parece especulação irreal, e a adesão a ela uma questão de preferência pessoal (ou grupal)[23].

Herbert Marcuse nasceu em Berlim, no ano de 1898, sendo de origem judaica. Sabe-se que aos 20 anos participou do movimento revolucionário “espartakista[24]”. A partir da avidez revolucionária de Marcuse, “a esfera política e a intenção de promover mudanças sociais sempre o irá acompanhar ao longo de sua vida”. Marcuse tem sua formação em Filosofia por Berlim e Friburgo, e seu primeiro trabalho será um levantamento bibliográfico sobre Friedrich Schiller.

Marcuse inspira-se na idéia de Schiller — exposta nas cartas estéticas para a educação da humanidade — com o objetivo de mostrar que numa sociedade socialista o trabalho deixaria de ser um meio para valorizar o capital e visaria a realização das potencialidades e a satisfação das carências humanas. Em outras palavras, a abolição do trabalho alienado permitiria investir a energia fundamental (energia psíquica) no trabalho, que se tornaria assim trabalho recreador, lúdico e divertido e, nas relações sociais, o que transformaria a vida num “jogo estético–erótico”, em que os sentidos humanos não seriam moldados pela forma mercadoria. Observamos, claramente, esse tipo de trabalho no Ocidente, por meio do apelo das mídias sociais (tecnologia). Numa sociedade sem repressão das pulsões a gratificação erótica seria inerente a toda a vida social e ocorreria a reconciliação entre os seres humanos e a natureza, a qual deixaria de ser mera matéria que o homem pode explorar a seu bel prazer. É o erotismo e ambientalismo sendo usado como tese para o pensamento revolucionário. Eles conseguiram. Temos, portanto, o forte indício de que esse pensamento é vigente, resistente e estável na vida comum e atual, e que deve ser combatido, igualmente, pela formação cultural do ente–objeto.

Marcuse de fato foi o único filósofo da Escola de Frankfurt que, mesmo sem ter militância política em sentido estrito[25], sempre permaneceu como um teórico da revolução. Desde o início sua obra gira em torno de um problema: — “A necessidade da transformação radical da sociedade capitalista”. Isto é, de toda a sociedade. Foi a derrota da revolução alemã que o sensibilizou para a política, como ele mesmo reconhece em várias entrevistas dadas ao longo da vida. Marcuse tem uma necessidade premente de entender por que uma revolução, que parecia na ordem do dia, acaba derrotada e as antigas classes dominantes retornam, fortalecidas. Com esse objetivo, começa a ler Karl Marx. Mas, um Marx filtrado pelo György Lukács (ou Georg Lukács), de história e consciência de classe, e por Karl Korsch de Marxismo e Filosofia, livros críticos do marxismo economicista dos partidos operários oficiais. Marcuse desenvolveu estudos com Martin Heidegger, que o levou a um doutorado sobre Hegel, autor que vai ter influência decisiva em suas reflexões filosóficas.

Posteriormente essa sua tese se transformou em um livro, cuja repercussão lhe valeu o cargo de assistente de Heidegger. Com o advento do Nazismo, Marcuse teve que se refugiar nos Estados Unidos, onde passou a trabalhar ao lado de Max Horkheimer e Theodor Ludwig Wiesengrund–Adorno, sociólogos neo–hegelianos com quem trocou diversas reflexões. É dessa época que datam vários ensaios de sua autoria, “se preocupando com o desenvolvimento tecnológico, com o aumento do racionalismo na sociedade moderna, com o aumento da repressão da liberdade e com a impossibilidade de os indivíduos desenvolverem suas plenas potencialidades”. Mais tarde, os companheiros de Marcuse retornariam para a Europa, onde dariam, na ocasião, continuidade a seus projetos no chamado “Grupo de Frankfurt”. Depois, na década de 50, como professor de Ciências Políticas na Universidade de Brandeis, Marcuse vai publicar dois de seus mais importantes livros: — “Eros e a Civilização” e “Marxismo Soviético”.

O primeiro, será devidamente comentado nos próximos parágrafos, e o segundo tem como assunto desmascarar o totalitarismo que tomava conta da União Soviética, e como afastava-se das aspirações de Karl Marx. O grande sucesso dos dois primeiros livros incentivou Marcuse a lançar “O Homem Unidimensional”, também chamado de “Ideologia da Sociedade Industrial”. Neste livro, ele desenvolve uma grande crítica social ao Estado moderno, mostrando suas irracionalidades e formas de repressão. Em 1967, Herbert retorna à Europa, e suas idéias vão ter grande repercussão no movimento estudantil europeu, inclusive ele próprio tendo um contato contínuo com o importante líder estudantil, Rudi Dutschke, esse que em pouco tempo será vítima de um atentado à bala.

Todos esses acontecimentos trouxeram reconhecimento internacional à figura de Marcuse, que será ameaçado de morte pelo movimento Ku–Klux–Klan[26] (também conhecida como “KKK” ou simplesmente “o Klan”). Se analisarmos as fontes filosóficas de Marcuse, podemos dizer que o centro de sua Filosofia se focará em Hegel. Ele tomará um conceito hegeliano muito marcante: — “A razão, como faculdade humana que se manifesta pela possibilidade do homem desenvolver inteira e livremente suas potencialidades”. Marcuse será um grande defensor desse desenvolvimento humano, que podemos entender como sendo de desenvolvimento cultural. E como neo–hegeliano, Herbert Marcuse será sempre dialético e crítico.

Outra fonte importante do pensamento marcuseano, será Marx, de onde ele se inspirara em diversas de suas abordagens sociais, políticas e econômicas. É dele que virá sua crítica ao Nacionalismo e aos efeitos que o “capitalismo burguês” vai ter na vida das pessoas. A partir deste ponto, a aversão espontânea do “Klan” acerca de Marcuse cresce.

Também vem de Marx a proposta de que, com o desenvolvimento da tecnologia e do capitalismo como um todo, em conjunto com uma ação prática–revolucionária da sociedade, poder-se-iam alterar as condições e erguer uma nova organização social, que possibilitaria uma “vida melhor” para as pessoas, onde elas não seriam “alienadas”. Marcuse procura esboçar caminhos que nos levem para além da organização sócio–econômica atual. “A decrépita utopia comunista que nunca funcionou”.

Enfim, podemos perceber, em sua obra “Eros e Civilização”, um diálogo constante que Marcuse terá com a obra Freudiana (Sigmund Freud). Uma grande influência de Freud experimentada e conhecida por Marcuse, é a busca da felicidade do Indivíduo Humano, que segundo a teoria: — “Virá através da satisfação dos desejos individuais da pessoa”. Ou seja, as pessoas hoje seriam infelizes porque a sociedade bloqueia a realização de seus desejos, e devemos tentar reverter esta situação (observamos, novamente, a força desse pensamento vigente e efetivo). Também será utilizado muito da teoria da psicanálise freudiana, para explicar o comportamento das pessoas na sociedade atual, a exemplo, como atuam suas pulsões e como procuram realizar ou reprimir os seus desejos — “ponto decisivo do pensamento marcuseano”.

Um ponto importante sobre a obra Eros e Civilização.

De vital importância, no Eros e Civilização, será a distinção freudiana de “pulsões de vida” (representada por “Eros”) e “pulsões de morte” (representada por “Thanatos”, literalmente “morte”). Basicamente, as pulsões de vida serão aquelas voltadas para a conservação da vida, construção, união, e fenômenos do gênero. Elas se mostrarão claramente na sexualidade, que tem importância crucial no aparelho psíquico, para o prazer e para reprodução (procriação e continuação da vida humana sempre em processo).

As pulsões de morte, pelo contrário, impulsionarão as atitudes agressivas, de destruição, fazendo as coisas tenderem para o repouso da morte.

Ante o exposado, Marcuse, detecta segundo a teoria de Karl Marx (tese), de Sigmund Freud (antítese), chegando a síntese do pensamento revolucionário, que o novo grupo revolucionário seria as pessoas à margem da sociedade industrial, “assassinos, estupradores, ladrões, traficantes, sequestradores, pedófilos, etc.”, pois, esses seriam entes “perfeitos” devido a sociedade em geral não conseguir bloquear a realização de seus desejos, por mais animalescos e brutais que fossem. É o agente “Homem Trapo” ou “Lumpemproletariado”.

Lumpemproletariado, o que é?

Lumpemproletariado, lumpesinato ou ainda subproletariado, designa, no vocabulário marxista: — “A população situada socialmente abaixo do proletariado, do ponto de vista das condições de vida e de trabalho, formada por frações miseráveis, não organizadas do proletariado, não apenas destituídas de recursos econômicos, mas também desprovidas de consciência política, moral e de classe, sendo, portanto, suscetíveis de servir aos interesses da revolução”.

Assim, segundo os teóricos da revolução, o “lumpemproletariado” seria o grupo adequado, já que seu cinismo e sua absoluta ausência de princípios e valores, poderiam revigorar e fortificar a consciência revolucionária — “seria a classe que jamais desistiria de lutar pelo ideal revolucionário, já que proletariados evadiam paulatinamente da revolução, devido a Revolução Industrial ocasionar mudanças significativas pela via do trabalho para os próprios trabalhadores”. Já não fazia mais sentido lutar e derramar sangue por um pensamento utópico e ineficaz.

O termo, que pode ser traduzido, ao pé da letra, como “Homem Trapo”, foi introduzido por Karl Marx e Friedrich Engels em “A Ideologia Alemã”, em 1845 (Admirável Mundo Lúmpen). O “lumpen proletariat” seria constituído por quem nada contribuía para a produção (trabalho honesto e ócio criativo), eram dedicados a atividades marginais, eram prostitutas, ladrões, assassinos, etc., em “O 18 Brumário de Luís Bonaparte”, obra de Karl Marx, escrita entre dezembro de 1851, no capítulo V, assim é descrito o “lumpen proletariat” (lumpemproletariado): — “Sob o pretexto de criar uma sociedade de beneficência, organizou–se o lumpemproletariado de Paris em seções secretas, cada uma delas dirigida por um agente bonapartista[27], ficando um general bonapartista na chefia de todas elas”.

O lumpemproletariado atuaria junto a roués (libertinos)[28] arruinados, com duvidosos meios de vida e de duvidosa procedência, junto a descendentes degenerados e aventureiros da burguesia, vagabundos, licenciados de tropa, ex–presidiários, fugitivos da prisão, escroques, saltimbancos, delinquentes, batedores de carteira e pequenos ladrões, jogadores de azar, alcaguetes, donos de bordéis, carregadores, escrevinhadores, tocadores de realejo, trapeiros, afiadores, caldeireiros e mendigos. Em uma palavra, toda essa massa informe, difusa e errante que os franceses chamam “la bohème” (a Boêmia)[29]. Com estes elementos, que são marginais convictos, tão afins ao lumpemproletariado, formou Bonaparte a soleira da “Sociedade 10 de Dezembro”.

Criada em 1849 por Luís Bonaparte como subterfúgio para uma presumida sociedade beneficente, a “Sociedade 10 de Dezembro” foi a base de apoio político para o golpe de 2 de dezembro de 1851, quando o Presidente destituiu a Assembleia Nacional Francesa da Segunda República Francesa. Os “dezembristas”, como eram chamados os membros da Sociedade, faziam parte do lumpemproletariado de Paris, para descrever “a classe de indivíduos sem escrúpulos cujo único objetivo era enriquecer”. Há unicamente dois objetivos para a corrupção dentro do pensamento revolucionário.

Primeiro, o enriquecimento pessoal e, segundo, o aparelhamento de poderio (para se manter o poder do agente revolucionário). O primeiro objetivo, inicialmente, condenado pelo pensamento revolucionário, o outro objetivo, legitimado.

Alguns, afirmam, que intoxicado de Gramscismo, Lula optou por ambos, perdendo assim, a essência revolucionária. Contudo, erram, pois como escreveu o teórico político argentino, frequentemente considerado pós–marxista, Ernesto Laclau: — “A propaganda do Partido (não partidário, mas revolucionário) cria a classe social que em seguida vai representar”. Isto é próprio do pensamento dialético, converter-se no seu contrário quantas vezes for necessário, para aproximar-se do ideal revolucionário. Um quadro bem atual da cultura do Brasil. Não há nenhuma coincidência, tudo foi cuidadosamente arquitetado pelos ideólogos comunistas.

Uma imagem do Brasil.

Agora, é cognoscível, inequívoco e patente do porquê que a esquerda no Brasil, partidos políticos e organizações nacionais e, até mesmo, internacionais que atuam com opiniões sobre o Brasil, agem criminosamente. São elas, partidos políticos, especialmente, como PT (Partido dos Trabalhadores), PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e PCdoB (Partido Comunista do Brasil), entidades jurídicas, como OAB (Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil) e o próprio STF (Supremo Tribunal Federal), organizações intergovernamentais de equilíbrio social, como Direitos Humanos e ONU (Organização das Nações Unidas) a até organizações, claramente, ligadas ao crime organizado e o narcotráfico, como FSP (Foro de São Paulo), MIR chileno e FARC (entidades internacionais), PCC e congêneres (entidades nacionais), grande parte da mídia televisiva e jornalística nacional, e mesmo entidades internacionais, que atuam fortalecendo todas as narrativas nacionais, também militantes partidários e universitários, grupos ditos sociais e artísticos, agentes culturais, especialmente, músicos e atores, etc., defendem tanto, protegem e criam leis que tão–somente beneficiam criminosos e vagabundos, muitas vezes já desmascarados e condenados em seus crimes.

Aos poucos, fatos irão surgindo, por exemplo, foi noticiado que o PCC (Primeiro Comando da Capital, facção criminosa) e o PT (Partido dos Trabalhadores) tinham diálogos “cabulosos”, e que o PCC era pagador de advogados do PT para derrubar decisões da portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em razão, de 22 integrantes faccionados criminalmente terem sidos transferidos para presídios federais de segurança máxima, em fevereiro de 2019. Também foi noticiado que o PT usou o PCC para lavar dinheiro com empresas no Ceará, segundo afirmação em delação premiada de Antonio Palocci — Ex–membro do Partido dos Trabalhadores, nacionalmente famoso por ter sido condenado por diversos crimes, de ter ocupado o cargo de Ministro da Fazenda no Governo Lula (que igualmente foi condenado e réu por dez vezes) e Ministro–chefe da Casa Civil, escolhido pela ex–Presidente Dilma Rousseff, que foi impeachmentmada em 2016, por crime de responsabilidade e, que em outro ponto da História, teria feito parte de quatro organizações subversivo–terroristas: — POLOP, o COLINA, a VPR e a VAR–Palmares.

Alguns crimes hediondos cometidos por estes grupos:

Pessoas assassinadas pela VPR:

– 26/06/68 – Mário Kozel Filho – Soldado do Exército – SP.

– 27/06/68 – Noel de Oliveira Ramos – Civil – RJ.

– 12/10/68 – Charles Rodney Chandler – Cap. do Exército dos EUA – SP.

– 07/11/68 – Estanislau Ignácio Correia – Civil – SP.

– 09/05/69 – Orlando Pinto da Silva – Guarda Civil – SP.

– 10/11/70 – Garibaldo de Queiroz – Soldado PM – SP.

– 10/12/70 – Hélio de Carvalho Araújo – Agente da Polícia Federal – RJ.

– 27/09/72 – Sílvio Nunes Alves – Bancário – RJ[*].

Pessoas assassinadas pela VAP–Palmares:

– 11/07/69 – Cidelino Palmeiras do Nascimento – Motorista de táxi – RJ.

– 24/07/69 – Aparecido dos Santos Oliveira – Soldado PM – SP.

– 22/10/71 – José do Amaral – Sub–oficial da Reserva da Marinha – RJ.

– 05/02/72 – David A. Cuthberg – Marinheiro inglês – Rio de Janeiro – RJ.

– 27/09/72 – Sílvio Nunes Alves – Bancário – RJ [*][30].

Pessoas assassinadas pelo Colina:

– 29/01/69 – José Antunes Ferreira – Guarda Civil – Belo Horizonte/MG.

– 01/07/68 – Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen – Major do Exército Alemão – RJ.

– 25/10/68 – Wenceslau Ramalho Leite – Civil – RJ.

Todos esses são criminosos atuando desde 1968[31]. Sem mencionar o fato do PCdoB e do PSOL — partidos que são braços atuantes do PT — que sempre saem em defesa de criminosos e vagabundos, inclusive, de agentes intelectuais e agentes políticos partidários condenados ou não pela justiça, que fomentam, obstinadamente, facilitam e incrementam a “Bandidolatria” e o “Democídio” por meio de políticas públicas (e internacionais), por grupos sociais e por ONGs (intergovernamentais).

Por exemplo, observe o poder aglutinador e diabólico da esquerda, é estarrecedor! No ano de 2019, a Venezuela conseguiu vaga no Conselho de Direitos Humanos da ONU, cujo ditador, Nicolás Maduro Moros, rege com vara de ferro, a pobre, indefesa e faminta, Venezuela.

Continuam os crimes e envolvimentos políticos. Neste mesmo ano de 2019, em depoimento inédito, o operador Marcos Valério, conta que o ex–Presidente Lula deu aval para pagar ao chantagista Ronan Maria Pinto, a quantia de R$ 6 milhões, e que se ele não fosse pago, o mesmo iria apontá-lo como envolvido no assassinato do Prefeito de Santo André, Celso Augusto Daniel, filiado ao Partido dos Trabalhadores, morto cruelmente em 2012. Segundo Valério, 12 milhões de reais “emprestados” pelo banco, sendo que 6 milhões foram para Ronan e a outra parte foi entregue ao petista Jacó Bittar, amigo de Lula e ex–Conselheiro da Petrobras. Jacó também é pai de Fernando Bittar, que consta como um dos donos do famoso sítio de Atibaia.

“Ronan Maria Pinto deixou bem claro que não iria responder pelos fatos sozinho, ‘pagar o pato’, conforme se expressa; que Ronan Maria Pinto afirmou com muita clareza e um modo simples que lhe é próprio que iria apontar o Presidente Lula como mandante da morte do Prefeito Celso Daniel, utilizando-se da expressão: — ‘apontá-lo como o cabeça da morte de Celso Daniel”, destaco parte do depoimento. Na ocasião, disse Valério ao ex–Presidente Lula: — “Resolvi, Presidente”, e Lula responde a ele: — “Ótimo, graças a Deus”.

Os integrantes da quadrilha que assassinaram Celso Daniel, seriam: — Rodolfo Rodrigo de Souza Oliveira (“Bozinho”), José Édson da Silva (“Édson”), Itamar Messias Silva dos Santos (“Itamar”), Marcos Roberto Bispo dos Santos (“Marquinhos”) e Elcyd Oliveira Brito (“John”). O líder da quadrilha seria Ivan Rodrigues da Silva, também conhecido como “Monstro”. Mas, o que é mais espantoso, após a morte de Celso Daniel foram ainda assassinadas sete outras pessoas, todas em situações misteriosas:

[1] – Dionísio Aquino Severo — Sequestrador de Celso Daniel e uma das principais testemunhas no caso (um elo importantíssimo que ligava a facção criminosa ao mandante). Uma facção rival o matou três meses após o crime (aqui, observamos a importância do lumpemproletariado, não ter princípios nem valores, são meros criminosos à serviço do poder; peças úteis de um tabuleiro).

[2] – Sérgio ‘Orelha’ — Escondeu Dionísio em casa após o sequestro. Fuzilado em novembro de 2002.

[3] – Otávio Mercier — Investigador da Polícia Civil. Telefonou para Dionísio na véspera da morte de Daniel. Morto a tiros em sua casa.

[4] – Antonio Palácio de Oliveira — O Garçom que serviu Celso Daniel na noite do crime pouco antes do sequestro. Em fevereiro de 2003.

[5] – Paulo Henrique Brito — Testemunhou a morte do garçom. Levou um tiro, 20 dias depois.

[6] – Iran Moraes Redua — O Agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito jogado na estrada e que chamou a polícia em Juquitiba, morreu com dois tiros em novembro de 2004.

[7] – Carlos Delmonte Printes — Legista que atestou marcas de tortura no cadáver de Celso Daniel, foi encontrado morto em seu escritório em São Paulo, em 12 de outubro de 2005.

Concluo essa imagem, afirmando que esse pequeno demonstrativo de atrocidades, mas com multíplices nuances, evidencia o grau de complexidade, no sentido aterrador e pavoroso, de se entender o poder que a ação autocrática, arbitrária e tirânica do pensamento comunista causa na sociedade e de como acontece por meio dessa ação o estabelecimento do pensamento revolucionário no Brasil e também no mundo[32].

Restabelecendo a análise do pensamento marcuseano.

Marcuse defendeu também que a feminilidade e a masculinidade, não eram diferenças essenciais da natureza humana, digo biológicas, mas sim, apenas meras construções sociais impostas pelo que seria a primeira divisão do trabalho da história da humanidade. Um ataque sorrateiro e latente à família e o que se nota é o começo da elaboração ou ampliação da malfazeja e ruinosa, Ideologia de Gênero[33], como pauta e implementação revolucionária. Devemos notar que é uma das pautas de toda a esquerda mundial — “a desconstrução do núcleo familiar tradicional, pelo que eles chamam de Ideologia de Gênero”.

Marcuse defendeu que a libertinagem sexual seria uma reação a repressão social política, e assim, seria impulsionado o relativismo moral no mundo inteiro. Há pouco tempo aqui no Brasil, houve manifestações ditas “artísticas” com o apoio da grande mídia televisiva e jornalística, de políticos partidários, agentes sociais e políticos, de ONGs e empresas privadas, de artistas (atores e músicos) que vigoram o comunismo, de militantes e de intelectualóides (recuso a chamá-los de inteligentes, visto que não estão com a verdade). A exemplo dessas manifestações esdrúxulas, cito duas: — O “Queermuseu” que aconteceu no Santander Cultural, Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, em 2017, que em performance “artística”, o coreógrafo Wagner Schwartz, posicionava-se deitado completamente nu sobre um tatame, onde foi tocado o corpo nu desse homem, e para estupefação, por uma menina de cerca de quatro anos de idade sem restrições. E estimulada por uma mulher adulta (segundo o museu, a própria mãe da criança). Tratava-se de uma leitura interpretativa da obra, “Bicho”, de Lygia Clark, que segundo o “desconstrucionismo”, de Frankfurt, dá-se uma interpretação diametralmente e substancialmente oposta a original, e isto, propositalmente[34]. “A erotização de crianças era objetivo da ‘Queermuseu’ sem sombra de dúvidas por muitos fatores já mencionados”. Além disso, apresentou ao público escolar (crianças e adolescentes) condutas como: — “Zoofilia, pedofilia, homossexualidade, e, desrespeito, desconsideração e afronta a religião cristã”, que num contexto de respeito à diversidade, comunica a mensagem de que essas condutas devem ser aceitas como normais. Reitero, “o intuito da erotização de crianças é o agente facilitador para a pedofilia”.

Outra peça foi “Macaquinhos”, performance que explora o ânus humano e seus tabus, existem entre outras, manifestações, tão horrendas quanto essas que sabemos a intenção e objetivo.

O Politicamente Correto que permite essas ações e que delimita o uso da crítica, é aceito de braços abertos pela opinião pública basicamente por três motivos:

[1] – As teorias econômicas de Karl Marx são complicadas para entender, enquanto, que o raciocínio do Politicamente Correto por meio de chavões, de frases de efeito aliado a fantasia de um mundo ideal e sem defeitos e hipocrisias, é muito mais atraente para o cidadão comum que não pensa ou cidadãos que não possuiu formação verdadeiramente intelectual.

[2] – O Politicamente Correto pratica a teoria crítica destrutiva até a exaustão, e sabemos que a adesão desse tipo de mentalidade revolucionária, principalmente por parte dos jovens é enorme.

[3] – O marxismo falhou como sistema social e econômico em todo o mundo, restava para a sua sobrevivência a guerrilha cultural.

Acerca do jovem universitário, o Filósofo Luiz Felipe Pondé disse sabiamente, “dentre as várias formas, digamos, de processo transformador da sociedade no socialismo, a teoria do Gramsci é talvez, a que melhor se aplica, no que tem acontecido no mundo e no Brasil, porque o socialismo, o comunismo, e o marxismo perdeu em tudo, ele só não perdeu na cultura. Na cultura ele é hegemonicamente vitorioso. Existe uma tendência natural ao mundo acadêmico e produção de idéias, a abraçar a causa socialista, porque é o mundo em que você pode falar o que quiser (falo principalmente no mundo das ciências humanas, que é onde estar esta produção). Você pode falar o que quiser, porque um aluno de ciências humanas, dificilmente vai ‘quebrar’ uma empresa, porque ele não vai abrir uma empresa, dificilmente ele vai derrubar um avião, porque ele não vai pilotar avião, portanto, você pode inventar como o mundo é, inventar como seres humanos são, propor uma solução que você tem na cabeça, dizer como todo mundo deve agir, porque os alunos vão sair dali, vão beber, vão transar e se quando eles forem trabalhar, depois, eles vão arrumar emprego como professor, então, eles irão poder repetir a mesma história, ou eles vão na realidade, basicamente, gerar gasto em algum órgão do governo”.

De acordo com Horkheimer, a teoria crítica tinha o objetivo de “libertar os seres humanos das circunstâncias que os escravizam”. Assim sendo, seu principal objetivo era criar uma plataforma teorética e ideológica para uma revolução cultural. Em ato contínuo, esse grupo de filósofos centrou seus esforços especificamente na cultura. É a cultura o que forma os fundamentos que modelam a mentalidade e a visão política das pessoas. “Alterando-se a cultura, altera-se necessariamente, a mentalidade e a visão política das pessoas”. Para alterar a cultura, é imprescindível controlar a linguagem e as idéias. E, para se fazer esta revolução cultural, era imprescindível infiltrar-se nos canais institucionais, particularmente na educação, no Brasil o patrono da educação, Paulo Reglus Neves Freire, foi um dos discípulos do pensamento gramsciano. Em suma, a “Teoria Crítica” é a politização da lógica. Horkheimer, ao declarar que “a lógica não é independente de conteúdo”, quis dizer que um argumento é lógico se ele tem o objetivo de destruir as bases culturais tradicionais da civilização ocidental, e é ilógico se ele tem o objetivo de defendê-las.

Este, obviamente, é o pilar do Politicamente Correto, e explica por que o debate aberto e sem censura é vituperado como sendo algo subversivo e inflamatório. O Politicamente Correto despreza o debate aberto porque o vê como um gerador de discórdias e dúvidas, algo que estimula a análise crítica e impede uma uniformidade, a hegemonia intelectual.

Por último, o debate aberto e sem censura evita a predominância do chamado “pensamento de manada”, que é o cerne da revolução cultural[35].

A importância estratégica da educação controlada pelo Estado.

De acordo com a Escola de Frankfurt, todos os defeitos da humanidade começam com a família, “esses valores morais, dogmáticos devem ser atacados e destruídos” (Horkheimer, Gramsci).

A respeito da Revolução Industrial e Revolução Francesa, Marcuse escreveu: — “Estas duas revoluções engendraram um novo tipo de família, dando fim à comumente chamada família tradicional, que não compunha apenas uma unidade biológica e doméstica, mas uma verdadeira unidade coletiva existencial, um modo conjunto de viver. A Revolução Industrial ocasiona tal mudança pela via do trabalho; a Revolução Francesa aprofunda esta mudança pela via política”.

Max Horkheimer, de fato, foi primeiro teórico da Escola de Frankfurt, a aplicar os princípios de Korsch. Em seu ensaio, “Autoridade e Família”, demonstrou a necessidade de desconstruir a ordem vigente pela desconstrução da idéia de autoridade, gerada no interior da família, ele escreveu: — “A família cuida da representação dos caráteres humanos tal como os exige a vida social, e lhes empresta em grande parte a aptidão imprescindível para o comportamento especificamente autoritário, do qual depende amplamente a sociedade burguesa[36]. A tarefa da família é “educar para o comportamento autoritário”.

Para Horkheimer, “a família gera a sociedade burguesa”. Porém, ele não consegue explicar como os indivíduos não detestam a família. Hegel reconheceu e expôs este contraste entre família e comunidade. Era, para ele, “o mais ético e, portanto, o mais trágico”.

Os primeiros aplicadores da teoria marxista não entenderam profundamente a importância da dissolução da família. A primeira grande autora feminista, Kate Millet, reconheceu que os esforços da União Soviética foram vãos, neste sentido, “eles sempre quiseram destruir a família e a Igreja, barreiras reais do pensamento revolucionário”.

Afirmam os revolucionários, a família é a primeira e primordial entidade moral que encontramos, essa entidade cria seus filhos de uma maneira autoritária, a qual gera adultos submissos, obedientes e dependentes. Em outras palavras, “é a família o que nos prepara e nos programa para aceitar o Fascismo. Sendo assim, ao se desacreditar e destruir o conceito de família, torna-se possível destruir o Capitalismo e o Fascismo em sua raiz”. Nada tão distante da realidade. É como se afirmasse com premissas errôneas e verdadeiras, optando por uma conclusão falsa. É como se afirmasse: — “Todas as mulheres são seres humanos, logo, todos os seres humanos são mulheres”.

“Destruiremos sua base moral, a família e a espiritualidade […]” (apócrifo, Lenin). Não deixa de exprimir a verdadeira idéia do pensamento cultural comunista.

Millet escreveu: — “A União Soviética fez de fato um esforço consciente para pôr fim ao sistema patriarcal e reestruturar a sua instituição mais fundamental, a família. Depois da revolução, foram votadas todas as leis possíveis para libertar o indivíduo das amarras familiares, liberalização do casamento e do divórcio, contraconcepção e aborto autorizado. Sobretudo, mulheres e crianças escaparam ao controle econômico do marido. Sob o regime coletivo, a família começou a desintegrar-se, e as fissuras produziram-se seguindo exatamente o traçado que tinha presidido à sua construção. O sistema patriarcal começou, por assim dizer, a fazer marcha atrás, enquanto a sociedade voltava à comunidade de trabalho democrática que as autoridades socialistas descrevem sob o nome de matriarcado. À parte o fato de declarar que a família como instituição obrigatória devia desaparecer, a teoria marxista não tinha conseguido fornecer uma base ideológica suficiente para uma revolução sexual e subestimava com uma ingenuidade notável a força histórica e psicológica do sistema patriarcal. Por consequência, quando a velha ordem patriarcal desabou, não existia uma teoria positiva e coerente para remediar a confusão que devia inevitavelmente seguir-se[37].

Por causa dessa atitude antagonista em relação à família, combinada com sua cruzada ideológica contra a espiritualidade, os filósofos de Frankfurt tinham de apresentar uma alternativa para substituir essa instituição “antiquada”, segundo eles e, com isso, garantir um caminho seguro para o futuro. Mais uma vez, em ato contínuo, a solução estava em reprogramar a sociedade por meio de uma engenharia social revolucionária, de modo, que todos passassem a se comportar da maneira esperada pela teoria social da Escola.

Todo comportamento humano deveria se tornar um mero e previsível ato de reciprocidade, conforme Antonio Gramsci dizia que, “todos devem ser socialistas sem que se deem conta”. Este, por si só, seria o código universal de ética que governaria a “Utopia Frankfurtiana”. Para impor e impingir esse código sobre a sociedade, eles propuseram a infiltração seguida da manipulação das instituições, dentre elas, e principalmente, a educação e a mídia global (má formação e má informação). Deter o controle desses canais institucionais seria a maneira mais eficiente de impor e de promover sua ética teleológica[38]. A educação controlada por sua ideologia forneceria a chave para a obediência garantida, extirpando toda e qualquer discordância, bem como, todo e qualquer potencial de pensamento independente feito pelo indivíduo. As repercussões dessa estratégia são óbvias hoje. A educação controlada pelo Estado condicionou as crianças e os adolescentes a, desde cedo, jamais questionar as políticas coletivistas do Governo. Aliás, quando estudantes decidem fazer algum ato de rebeldia contra o Governo, é justamente para pedir a imposição de ainda mais políticas coletivistas. Trata-se de uma estratégia que obteve um sucesso quase que absoluto.

Como disse Lew Rockwell: — “Se toda a propaganda governamental inculcada nas salas de aula conseguir criar raízes dentro das crianças à medida que elas crescem e se tornam adultas, estas crianças não serão nenhuma ameaça ao aparato estatal. Elas mesmas irão prender os grilhões aos seus próprios tornozelos[39].

A ascensão do Marxismo Cultural.

A Escola da Frankfurt criou o dogma de que “liberdade e justiça” são termos dialéticos, o que significa que eles estão em completa oposição um ao outro, em um jogo de soma zero, em que “mais liberdade significa menos justiça” e “mais justiça é igual a menos liberdade”. Baseado nessa dialética, a liberdade era a tese e a justiça era a antítese, e sabemos que a liberdade pressupõe regras bem estabelecidas e não produções volitivas plenárias. No anseio pela liberdade plena, que não há, muitos se tornaram escravos de suas próprias escolhas tomando sobre si duríssimas punições e assumindo terríveis consequências.

Essa interessante abordagem dialética foi adotada das idéias e obras de Friedrich Hegel. A Escola de Frankfurt, no entanto, distorceu o núcleo deste conceito e desnaturou sua lógica consequencial. Em síntese, a principal diferença entre as abordagens dialéticas de Hegel e Horkheimer está em suas respectivas conclusões: — Hegel, um idealista, acreditava, assim como Kant, que o espírito cria a matéria, ao passo que, para Horkheimer, um discípulo de Marx e de sua teoria do materialismo, é a matéria o que cria o espírito.

Marx afirmava que o mundo, a realidade objetiva, podia ser explicado por sua existência material e por seu desenvolvimento, e não pela concretização de uma idéia divina absoluta ou como resultado do pensamento humano racional, que é a postura adotada pelo idealismo.

Consequentemente, para a Escola de Frankfurt, colocar limites sobre o mundo material, colocar regras externas e diretrizes sobre o ambiente no qual os indivíduos vivem, pensam e operam, seria uma medida que, na visão deles, seria suficiente para moldar a experiência cognitiva dos indivíduos e, com isso, confinar seus espíritos aos parâmetros desejados. Esse é o ponto–chave que liga a Escola de Frankfurt àquilo que hoje conhecemos como o Politicamente Correto ou como Paralaxe Cognitiva. No cerne do Politicamente Correto está a crença de que “menos liberdade garante mais justiça e, consequentemente, mais segurança”. Este mantra é regurgitado por via de instituições acadêmicas, discursos políticos e sociais, e mídia em geral, introduzido e apensado em valores sociais, que posteriormente, será enraizado nas mentes das gerações mais jovens — futuros eleitores, militantes, agentes políticos e sociais, professores, historiógrafos, artistas, cineastas, especialistas, etc. — que serão instrumentos do pensamento revolucionário em âmbitos diversos, por meio das escolas, faculdades e outros espaços. Exatamente como era intenção da Escola de Frankfurt. Em vez de criar uma plataforma que estimule o desenvolvimento do indivíduo por meio do raciocínio lógico, do questionamento e dos diálogos estimulantes, o sistema institucional funciona como uma linha de montagem mecanizada, que tem o objetivo de padronizar e homogeneizar os indivíduos, condicionando-os a se submeter ao “status quo[40]”, sempre dizendo “sim” e jamais questionando. Esta é a lógica da Teoria Crítica da Sociedade e o elemento central do Politicamente Correto. Qualquer um que questione esse sistema se libertará. Trata-se de uma tentativa de controlar a inerente entropia das idéias humanas e todo o tipo de pensamento independente. De controlar o fluxo das idéias humanas e de conformar as experiências humanas a um imobilismo antinatural. Em última instância, trata-se do objetivo de quebrar o espírito do indivíduo e deixar sua mente de joelhos perante os ditames dos filósofos comunistas — “a ideologia cega é a prisão da alma humana”. Daí vem o termo “Marxismo Cultural”, os marxistas praticamente abandonaram a velha retórica da luta de classes, que envolvia as classes capitalistas e proletárias, e a substituíram pelas classes opressoras e oprimidas. As classes oprimidas incluem as mulheres, as minorias num sentido quantitativo, o grupo LGBTIA+, sem–terra (teto), criminosos e vagabundos, agora, vítimas da sociedade, e várias outras categorias mascotes. Já a classe opressora é formada pelo homem branco, heterossexual, trabalhador, quase sempre rico, chefe de família e cristão, e lógico, que não seja ideologicamente marxista, como os próprios fundadores da Escola de Frankfurt.

O Marxismo Cultural nada tem a ver com a liberdade, com o progresso social ou com um suposto esclarecimento cultural. Ao contrário, e como o próprio Horkheimer deixou claro, tem a ver com a criação de indivíduos idênticos que não se confrontem entre si e que não troquem idéias, operando como máquinas automáticas e sem emoção[41]. “Idéias são mais letais que armas, somos favoráveis ao terrorismo organizado, isto deve ser admitido francamente, precisamos odiar. O ódio é a base do comunismo. As crianças devem ser ensinadas a odiar seus pais se eles não são comunistas, usaremos o ‘idiota útil’ na linha de frente. Incitaremos o ódio de classes” (apócrifo, Lenin). Igualmente, “as idéias são muito mais poderosas do que as armas. Nós não permitimos que nossos inimigos tenham armas, porque deveríamos permitir que tenham idéias?” (apócrifo, Stalin). Mas, é perfeitamente a idéia já estabelecida.

New Left – a “Nova” Esquerda purificada.

David Horowitz é um escritor e estadunidense, figura proeminente no apoio ao marxismo e membro da “Nova” Esquerda (New Left) na década de 1960, filho de pais comunistas, quando com 17 anos, ver todas as mazelas de Josef Stalin sendo denunciada em 1956 por seu sucessor, Nikita Khrushchov. Khrushchov foi secretário–geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), entre 1953 e 1964, e líder político do mundo comunista até ser afastado do poder por sua perspectiva reformista e substituído na direção da URSS pelo político, Leonid Brejnev. Em 25 de fevereiro de 1956, no XX Congresso do Partido Comunista, ele fez o “Discurso Secreto[42]”, denunciando os crimes de Stalin e instaurando uma era “menos” repressiva na União Soviética. Nesta ocasião, em decorrências das denúncias, como, variedades de crimes, traições, campo de trabalhos forçados e o genocídio de 20 milhões de pessoas, o Ocidente, entra em colapso. É neste momento que David Horowitz desfilia-se do Partido Comunista e funda a New Left. Agora, com o Politicamente Correto implantado no mundo, surge a esquerda dita “purificada”, atraente, “nova” e mais progressista, usando o “Desconstrucionismo” de Jacques Derrida, e escondendo todos os processos genocidários cometidos pela utopia comunista soviética, bem vermelha do sangue humano. A “Nova” Esquerda (New Left), são os movimentos políticos de esquerda surgidos em vários países a partir deste período (1960). Eles se diferenciam dos movimentos anteriores de esquerda que haviam sido mais orientados para um ativismo trabalhista e, principalmente, brutal, e adotaram uma definição mais ampla de ativismo político (ainda assim, violento, mesmo que disfarçadamente), comumente chamado de ativismo social. Nos Estados Unidos, a “Nova” Esquerda está associada aos movimentos populares, como o Hippie, os de protesto à Guerra do Vietnã e pelos direitos civis, que visavam a acabar com a opressão de classe, gênero sexual, raça e sexualidade (especialmente, a homossexualidade). Horowitz, concluiu sua pós–graduação, no final da década de 1960, onde morava em Londres e trabalhou para a “Bertrand Russell Peace Foundation[43]”, período em que se identificava como um intelectual marxista engajado. Em 1966, Ralph Shoenman persuadiu Bertrand Russell a convocar um tribunal de crime de guerra para julgar o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Horowitz citaria três décadas depois, ter reservas políticas em relação a esse tribunal pelo que não participou da ação, apesar de descrever os juízes do tribunal como formidáveis. Dentre eles estavam os mundialmente famosos Isaac Deutscher, Jean–Paul Sartre, Stokely Carmichael, Simone de Beauvoir, James Baldwin e Vladimir Dedijer. Enquanto esteve em Londres, Horowitz tornou-se amigo íntimo do Deutscher, e escreveu uma biografia dele, publicada em 1971. Horowitz escreveu também: — “O Colosso do Mundo Livre – Uma Crítica da Política Externa Americana na Guerra Fria”.

Em janeiro 1968, voltou para os Estados Unidos, onde se tornou co–editor da revista “New Left the Ramparts” (Nova Esquerda de Muralhas), com sede no Norte da Califórnia. Durante o início da década de 1970, Horowitz desenvolveu uma estreita amizade com Huey Newton, fundador do Partido dos Panteras Negras. Horowitz, mais tarde, retratou Newton como um pouco de gângster, terrorista, intelectual e celebridade midiática.

Como parte de seu trabalho em conjunto com os Panteras, Horowitz ajudou a arrecadar dinheiro e financiar uma escola para crianças pobres em Oakland. Ele recomendou que Newton contratasse Betty Van Patter (sua amiga) como contadora, na época em que ela estava trabalhando para as “Ramparts”. Em dezembro de 1974, o corpo de Van Patter foi encontrado flutuando no porto de São Francisco, e Horowitz concluiu que os Panteras Negras estavam por detrás de seu assassinato.

David Horowitz sem conseguir explicar a morte de sua amiga, escreve para o jornal “New York Time”, e com uma desculpa o seu artigo não é publicado. Horowitz é afastado da “New Left” por seus “amigos” por traição, razão de ter atacado os Panteras Negras. Hoje, David Horowitz é um defensor declarado do conservadorismo.

Pr. Dr. Plínio Sousa.

[1] Comunismo. Um mal a ser extirpado do mundo.

[2] Marxismo ocidental refere-se ao conjunto de análises produzidas por vários teóricos marxistas estabelecidos na Europa Ocidental e Central e críticos do marxismo oficial — a interpretação vigente na antiga União Soviética e nos países, então socialistas, do Leste Europeu. O uso do termo “ocidental”, para distinguir uma vertente do marxismo, aparece pela primeira vez no ensaio “Estado atual do problema de ‘Marxismo e Filosofia’”, mais conhecido como “Anticrítica”, de Karl Korsch, no qual o autor delimita um grupo de comunistas partidários da Terceira Internacional, dentre os quais são nomeados expressamente apenas György Lukács e ele próprio.

[3] Comunismo de conselhos (ocasionalmente chamado de conselhismo) é uma corrente do comunismo que emergiu da Revolução de Novembro, nos anos 1920, caracterizado por sua oposição ao socialismo de Estado e por defender os conselhos como base para o desmantelamento do Estado. Essa tendência surge como oposição à socialdemocracia, e ao leninismo.

[4] Wiggershaus, 2003, p. 134.

[5] Martin Heidegger (1889 – 1976) foi um filósofo, escritor, professor universitário e reitor alemão. Ele foi um pensador seminal na tradição continental e hermenêutica filosófica, e é “amplamente reconhecido como um dos filósofos mais originais e importantes do século 20”. Heidegger é mais conhecido por suas contribuições para a fenomenologia e existencialismo, embora, como a Enciclopédia de Stanford de Filosofia adverte, “seu pensamento deve ser identificado como parte de tais movimentos filosóficos apenas com extremo cuidado e qualificação”. Nascido na pequena cidade de Messkirch, distrito de Kaden, no interior da Alemanha. Inicialmente quis ser padre e chegou mesmo a estudar Teologia na Universidade de Freiburg. Depois, estudou Filosofia na mesma Universidade, com Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia. Em 1913, doutorou-se em Filosofia. Ao estudar os clássicos protestantes de Martinho Lutero, João Calvino, entre outros, enfrentou uma crise espiritual e rompeu com o catolicismo. Em 1917 se casa com a Luterana Elfrid Petri.

[6] MARCUSE, Herbert, A Ideologia da Sociedade Industrial – o homem unidimensional, Tradução por Giasone Rebuá, IV edição, p. 193 – 194.

[7] François Perroux. La Coexistence pacifique, loc. cit., voI. III, p. 631.

[8] Dwight D. Eisenhower, speech to the Freedoms Foundation in New York. “Our sense of government has no sense unless it is founded in a deeply religious faith, and I don’t care what it is. With us of course it is the Judeo–Christian concept, but it must be a religion that all men are created equal” — “Nosso senso de governo não faz sentido a menos que seja baseado em uma fé profundamente religiosa, e não me importa qual seja. Conosco, claro, é o conceito judaico–cristão, mas deve ser uma religião que todos os homens são criados iguais”. Quoted by Silk, 1984.

[9] MARCUSE, Herbert, A Ideologia da Sociedade Industrial – o homem unidimensional, Tradução por Giasone Rebuá, IV edição, p. 30.

[10] O Ego surge a partir da interação do ser humano com a sua realidade, adequando seus instintos primitivos (o “Id”) com o ambiente em que vive. É também chamado de “princípio da realidade”.

[11] O Superego se desenvolve a partir do “Ego” e consiste na representação dos ideais e valores morais e culturais do indivíduo. O Superego atua como um “conselheiro” para o “Ego”. Isto porque o alerta sobre o que é ou não moralmente aceito, segundo os princípios que foram absorvidos pela pessoa ao longo de sua vida.

[12] Ceteris paribus — é uma expressão do latim que pode ser traduzida por “todo o mais é constante” ou “mantidas inalteradas todas as outras coisas”. Uma predição ou uma afirmação sobre uma relação causal, empírica ou lógica indutiva entre dois estados de coisas é “ceteris paribus” se for reconhecido que a previsão, embora geralmente precisa em condições esperadas, pode falhar ou a relação pode ser abolida por fatores intervenientes (integrantes, constituintes, participadores, partícipes).

[13] MARCUSE, Herbert, Eros e Civilização, Uma Interpretação Filosófica do Pensamento de Freud, p. 107 – 109.

[14] Processo de modificação cultural de indivíduo, grupo ou povo que se adapta a outra cultura ou dela retira traços significativos. Ou fusão de culturas decorrente de contato continuado.

[15] Heterodoxia (do grego “heteródoxos”, “de opinião diferente”) inclui “quaisquer opiniões ou doutrinas que discordem de uma posição oficial ou ortodoxa da Igreja Cristã”. Como adjetivo, heterodoxo é usado para descrever um assunto como “caracterizado por desvio de padrões ou crenças aceites” (status quo).

[16] República de Weimar é uma designação histórica não oficial para o estado alemão de 1918 a 1933.

[17] “Revolução de Outubro” foi uma revolução na Rússia liderada pelo Partido Bolchevique de Vladimir Lenin que foi fundamental na grande Revolução Russa de 1917 – 1923. Aconteceu através de uma insurreição armada em Petrogrado em 7 de novembro (25 de outubro de OS) 1917. Nota: — OS – “Old Style” (Estilo Antigo – SO) e NS – “New Style” (Novo Estilo – NS) são termos às vezes usados ​​com datas para indicar que a convenção do calendário usada no momento descrito é diferente daquela em uso no momento em que o documento estava sendo escrito. Houve duas mudanças de calendário na Grã–Bretanha e em suas colônias, o que às vezes pode complicar as coisas: — a primeira foi mudar o início do ano de Lady Day (25 de março) para 1º de janeiro; o segundo era descartar o calendário juliano em favor do calendário gregoriano.

[18] “Programa de Setembro” foi o plano para a expansão territorial da Alemanha Imperial, preparado para o chanceler Theobald von Bethmann–Hollweg, no início da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918). Kurt Riezler foi secretário particular do chanceler, e redigiu o Programa de Setembro em 9 de setembro de 1914, nos primeiros dias do ataque alemão no Oeste, quando a Alemanha esperava derrotar a França rápida e decisivamente.

[19] A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como “Grande Guerra” ou “Guerra das Guerras” até o início da Segunda Guerra Mundial) foi uma guerra global centrada na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. O conflito envolveu as grandes potências de todo o mundo (Willmott, 2003, p. 10 – 11), que se organizaram em duas alianças opostas: — os aliados (com base na “Tríplice Entente” entre Reino Unido, França e Rússia) e os Impérios Centrais, a Alemanha e a Áustria–Hungria. Originalmente a Tríplice Aliança era formada pela Alemanha, Áustria–Hungria e a Itália; mas como a Áustria–Hungria tinha tomado a ofensiva, violando o acordo, a Itália não entrou na guerra pela Tríplice Aliança (Willmott, 2003, p. 15).

[20] Schucking, professor Walther e Montgelas, conde Max, editores, erupção da guerra mundial – originais alemães coletados por Karl Kautsky (Os documentos Kautsky), Oxford University Press, Londres [e em outros lugares], 1924 — Conde Montgelas, The Case for the Central Powers, Londres, 1925.

[21] MARCUSE, Herbert, A Ideologia da Sociedade Industrial – o homem unidimensional, Tradução por Giasone Rebuá, IV edição, p. 16.

[22] MARCUSE, Herbert, A Ideologia da Sociedade Industrial – o homem unidimensional, Tradução por Giasone Rebuá, IV edição, p. 178 – 179.

[23] MARCUSE, Herbert, A Ideologia da Sociedade Industrial – o homem unidimensional, Tradução por Giasone Rebuá, IV edição, p. 16.

[24] A Liga Espartaquista, também chamada Liga Spartacus, foi uma organização socialista, marxista, revolucionária, anti–imperialista e antimilitarista atuante na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Constituída no início da Primeira Guerra Mundial, pela ala esquerda da social–democracia alemã (Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht, Clara Zetkin e Franz Mehring, entre outros), sua denominação é uma referência a Spartacus, líder da maior “rebelião escrava” da Roma Antiga (73 a.C. – 71 a.C.), e símbolo da resistência dos “oprimidos aos seus exploradores”, segundo as concepções marxistas de materialismo histórico e luta de classes.

[25] A não ser em alguns períodos da vida: — quando jovem foi, por um curto período, membro de um conselho de soldados em Berlim, no início da revolução alemã; na maturidade, participou do esforço de guerra contra o nazismo, trabalhando como analista político para o governo americano em Washington; e na velhice, suas idéias o aproximaram da “Nova” Esquerda (New Left) e do “Movimento Estudantil”, cujas insuficiências e debilidades, porém, nunca deixou de apontar.

[26] Ku–Klux–Klan é o nome de três movimentos distintos dos Estados Unidos, passados e atuais, que defendem correntes reacionárias e extremistas, tais como a “supremacia branca”, o “nacionalismo branco”, a “anti–imigração” e, especialmente em iterações posteriores, o “nordicismo” (Petersen, William, Against the Stream: Reflections of an Unconventional Demographer, [S.l.]: Transaction Publishers, p. 89; Pratt Guterl, Matthew, 2009, The Color of Race in America, 1900 – 1940, [S.l.]: Harvard University Press, p. 42), o “anticatolicismo” (Pitsula, James M., 2013, Keeping Canada British: The Ku Klux Klan in 1920 Saskatchewan, [S.l.]: UBC Press; Brooks, Michael E., 2014, The Ku Klux Klan in Wood County, Ohio, [S.l.]: The History Press) e o “antissemitismo” (Brooks, Michael E., 2014, The Ku Klux Klan in Wood County, Ohio, [S.l.]: The History Press), historicamente expressos através do terrorismo voltado a grupos ou indivíduos aos quais eles se opõem.

[27] O bonapartismo é uma ideologia política e um culto à personalidade de origem francesa e alemã, inspirada pela maneira que Napoleão Bonaparte governou. Em nossos dias, é frequentemente usada para definir um tipo de governo em que o Poder Legislativo perde força e o Executivo se fortalece. No modelo “bonapartista”, o governante quer ser um ditador, mas busca construir uma imagem carismática de um representante popular.

[28] Em sua concepção moderna, o termo libertino refere–se aos pensadores e literatos europeus que se abstraíam dos princípios morais do seu período, como aqueles relacionados à moral sexual, sendo caracterizado também como um hedonismo extremo. A palavra foi cunhada por João Calvino para depreciar seus oponentes políticos.

[29] Neste contexto, boêmios podem ser errantes, aventureiros ou vagabundos.

[30] [*] – O nome se repete porque Sílvio foi assassinado em assalto ao Banco Novo Mundo, na Penha, pelas organizações terroristas PCBR – ALN – VPR – Var–Palmares e MR8. Autor do assassinato: — José Selton Ribeiro.

[31] VEJA. Felipe Moura Brasil — “O terrorismo de Dilma Rousseff e a insanidade brasileira” — Acesso atualizado em 2022.

[32] UOL — Venezuela consegue vaga no Conselho de Direitos Humanos da ONU — Acesso atualizado em 2022.

[33] Jornal Quid Est Veritas — Artigo — Rhuan, David Reimer e a Ideologia de Gênero — Acesso atualizado em 2022.

[34] As obras “Bichos” de Lygia Clark, feitas com metal unidas com dobradiças, fazendo com que as obras fiquem volumosas, dessa forma, Clark forma os bichos. São seres constituídos de várias formas de movimentos, estruturadas através da linha orgânica, que aparece como colunas vertebradas. Clark firma então um compromisso com a arte e a vida, fazendo-as aproximarem-se. Afirma que seus “bichos” têm vida própria. “Um bicho não é apenas para ser contemplado e mesmo tocado. Requer relacionamento. Ele tem respostas próprias, e muito bem definidas para cada estímulo que vier a receber”. Essas obras de Lygia Clark inspiram imaginação, como quando procuramos ver desenhos nas nuvens, pois seu geocentrismo não é, de forma alguma, frio. Entretanto, suas linhas dinâmicas suas posições variadas remetem ludicamente ao “observador/interator (relativo a interação)” a fazer associações formais com seres vivos em suas múltiplas configurações. A própria Lygia coloca nome em alguns com base no que representam em certo momento (A importância da instigante obra de Lygia Clark, que completaria hoje 95 anos, 2015) — Lygia Clark e sua obra “Bichos” – O que é arte participativa, Patricia de Camargo, YouTube, 2018.

[35] Marcuse, Herbert, “Eros e Civilização, Uma Interpretação Filosófica do Pensamento de Freud”, Tradução Álvaro Cabral, Ed. Guanabara Koogan, 8ª edição; Doria, Francisco Antônio, “Marcuse, Vida e Obra”, José Álvaro Editor S.A., Paz e Terra, Rio de Janeiro, Guanabara, 1974; Pizani, Marilia Mello, “Marcuse e Freud: — A Polêmica na Interpretação”.

[36] HORKHEIMER, M., Autoridade e Família, em Teoria Crítica, Volume 1, Perspectiva, São Paulo, 2012, p. 214.

[37] MILLET, K., Política Sexual, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1979, p. 161 – 163.

[38] A Ética Teleológica, trata-se de uma concepção em que “o bem se define independentemente do justo, e então o justo se define como aquilo que maximiza o bem” (RAWLS, Uma Teoria da Justiça, p. 26). Neste sentido o “bem” antecede o justo, como se espera em uma ética teleológica (pragmatismo).

[39] A Escola de Frankfurt, o marxismo cultural, e o politicamente correto como ferramenta de controle, Instituto Ludwig Von Mises Brasil, Parte 1, 2016; A Escola de Frankfurt, o marxismo cultural, e o politicamente correto como ferramenta de controle, Instituto Ludwig Von Mises Brasil, Parte 2, 2016; A Escola de Frankfurt, o marxismo cultural, e o politicamente correto como ferramenta de controle, Instituto Ludwig Von Mises Brasil, Parte 3, 2016.

[40] “Statu quo” é uma locução latina que significa “no estado das coisas”. Também é grafada como “status quo”, significando “o estado das coisas”.

[41] Breines, Wini, 1989, Community and Organization in the New Left, 1962 – 1968, The Great Refusal – em inglês – [S.l.] – Rutgers University Press, p. 187.

[42] O chamado Discurso Secreto ou Relatório Khrushchov, cujo nome oficial é: — “Sobre o culto à personalidade e suas consequências”, é uma famosa intervenção do político soviético Nikita Khrushchov durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 25 de fevereiro de 1956. No discurso, Khrushchov reafirma sua crença nos ideais comunistas, invocando as idéias de Lenin, ao mesmo tempo que critica o regime de Stalin, particularmente pelos brutais expurgos de militares de alto escalão e de quadros superiores do Partido – o chamado “Grande Expurgo”, entre 1934 e 1939 – e, pelo culto à personalidade de Stalin. O discurso foi um marco na “Era Khrushchov”. Foi um sinal da intensa disputa pela liderança soviética, na qual Khrushchov procurava desacreditar os stalinistas, notadamente Lavrentiy Beria. Significou, também, uma mudança da linha oficial do Partido Comunista da União Soviética e dos seus postulados baseados no chamado stalinismo. O discurso adquiriu o nome da sessão na qual foi pronunciado, a portas fechadas, sem a presença de convidados estrangeiros. O texto original só foi publicado em sua totalidade no dia 3 de março de 1989, pela gazeta oficial do Comitê Central do Partido, já no período da glasnost – abertura do regime promovida por Mikhail Gorbatchov.

[43] A “Bertrand Russell Peace Foundation”, criada em 1963, continua o trabalho do filósofo e ativista Bertrand Russell nas áreas de paz, justiça social e direitos humanos, com foco específico nos perigos da guerra nuclear.

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